segunda-feira, 3 de maio de 2010

Xangô, o Orixá da justiça Divina...



O Orixá Xangô

Xangô é a divindade que rege o fogo, o trovão, os raios, muito semelhante a Javé, Zeus, Odin e Tupã. Pode, através da sua justiça, dispensar favores, movendo favoravelmente ventos, raios, trovões para nos defender e para ganharmos causas. A sua Lei é como a rocha, dura, justa, cega... Portanto, devemos pensar duas vezes antes de batermos a mão, a cabeça e clamarmos por justiça, pois se a nossa demanda for justa ele nos amparará e se não for aos rigores de sua lei seremos chamados e o seu raio de correção virá para cima de nós mesmos. Então quando nos sentirmos injustiçados, devemos pedir que Xangô nos esclareça e se estivermos certos então que ele esclareça a outra parte e se esta não ouvir então não precisamos nem pedir, que a lei de ação e reação é automática e se cumprirá a justiça de Xangô em nossas vidas. O santuário natural, sagrado, ponto de força e habitat, aonde costuma-se depositar oferendas é no alto de uma pedreira ou na cachoeira. Na pedreira, com Iansã, Xangô nos traz o arrojo, a determinação, a fortaleza, a segurança, a firmeza e a sustentação. Na cachoeira, junto com Oxum, nos purifica, nos energiza, nos dá vida, vigor, saúde e inteligência. No esoterismo de Umbanda Xangô é o Senhor das Almas, cujo atributo é a sabedoria afim de exercer a Justiça Divina, aferindo em sua balança todas as almas. Através da manipulação do elemento fogo, Xangô, mais do que fazer cumprir a lei kármica para todos os seres viventes, ilumina o caminho a ser seguido, bem como ajuda a libertar dos grilhões milenares dos enganos que escravizam a consciência.
Os sincretismos de Xangô na Umbanda.
No sincretismo associou-se o Xangô das Pedreiras a São Jerônimo, aquele que amansa o leão e que tem o poder da escrita e o livro onde escreve na pedra suas leis e seus julgamentos. Protetor dos intelectuais, dos magistrados. Já na cachoeira o sincretismo foi com São João Batista, por causa do batismo de Jesus, de lavar a cabeça na água doce para se purificar. Com o poder do fogo de Xangô é queimado, destruído tudo o que é de ruim e ocorre a transmutação trazendo tudo o que é de bom, todo o bem possível, de acordo com o nosso merecimento. Isso é o que pedimos nas fogueiras do mês de junho. Alguns dizem que São Judas Tadeu, por ter um livro na mão também pode sincretizar-se com Xangô ou que tem uma linha espiritual que atua nas correntes de Xangô. Assim, Tudo o que é ligado a trabalhos e pedidos de estudos, à cabeça, papéis, entregamos a linha de Xangô. Xangô é o grande Rei, poderoso, autoritário, porém que tem compaixão e é justo. Xangô tem autoridade é valente, mas tem um grande e bom coração. O seu machado é o simbolo da imparcialidade. É uma divindade da vida, representado pelo fogo ardente e por essa razão não tem afinidade com a morte e nem com os outros orixás que se ligam à morte. Xangô, sincretizado com São João Batista, é também o patrono da linha do oriente, na qual se manifestam espíritos mestres em ciência ocultas, astrologia, quiromância, numerologia, cartomancia. Por este motivo, a linha dos ciganos vêm trabalhar nesta irradiação.
Filhos de XANGÔ
Para a descrição dos arquétipos psicológico e físico das pessoas que correspondem a Xangô, deve-se ter em mente uma palavra básica: Pedra. É da rocha que eles mais se aproximam no mundo natural e todas as suas características são balizadas pela habilidade em verem os dois lados de uma questão, com isenção e firmeza granítica que apresentam em todos os sentidos.Atribui-se ao tipo Xangô um físico forte, mas com certa quantidade de gordura e uma discreta tendência para a obesidade, que se ode manifestar menos ou mais claramente de acordo com os Ajuntós (segundo e terceiro Orixá de uma pessoa). Por outro lado, essa tendência é acompanhada quase que certamente por uma estrutura óssea bem-desenvolvida e firme como uma rocha.Tenderá a ser um tipo atarracado, com tronco forte e largo, ombros bem desenvolvidos e claramente marcados em oposição à pequena estatura;Por essas qualidades, é relativamente fácil para os iniciados descobrirem que tal pessoa é de Xangô, pela aparência e modo de andar, o que é mais difícil para tipos pouco mais subtis e mistos como Oxum, Oçanhe e Omolu.
Em termos sexuais, Xangô é um tipo completamente mulherengo. Seus filhos, portanto, costumam trazer essa marca, sejam homens, sejam mulheres (que estão entre as mais ardentes do mundo). Os filhos de Xangô, não costumam ser conhecidos socialmente como um tipo dado a aventuras. Não são os mitos sexuais de sua sociedade e é para muito poucos amigos que confessam suas conquistas, pois não faz parte de suas necessidades se auto-afirmar através desse expediente. São honestos e sinceros em seus relacionamentos mais duradouros, porque para eles sexo é algo vital, insubstituível, mas o objeto sexual em si não é merecedor de tanta atenção depois de satisfeito desejo.Psicologicamente, os filhos de Xangô apresentam uma alta dose de energia e uma enorme auto-estima, uma clara consciência de que são importantes, dignos de respeito e atenção, principalmente, que sua opinião será decisiva sobre quase todos os tópicos - consciência essa um pouco egocêntrica e nada relacionada com seu real papel social. Os filhos de Xangô são sempre ouvidos; em certas ocasiões por gente mais importante que eles e até mesmo quando não são considerados especialistas num assunto ou de fato capacitados para emitir opinião. A postura pouco nobre dos filhos de Xangô e seu cultivo de hábitos considerados aristocráticos ou pouco burgueses, é resultado dessa configuração psicológica.Porém, o senhor de engenho que habita dentro deles faz com que não aceitem o questionamento de suas atitudes pelos outros, especialmente se já tiverem considerado o assunto em discussão encerrado por uma determinação sua. Gostam portanto, de dar a última palavra em tudo, se bem que saibam ouvir. Quando contrariados porém, se tornam rapidamente violentos e incontroláveis. Nesse momento, resolvem tudo de maneira demolidora e rápida mas, feita a lei, retornam a seu comportamento mais usual.Em síntese, o arquétipo associado a Xangô está próximo do déspota esclarecido, aquele que tem o poder, exerce-o inflexivelmente, não admite dúvidas em relação a seu direito de detê-lo, mas julga a todos segundo um conceito estrito e sólido de valores claros e pouco discutíveis. É variável no humor, mas incapaz de conscientemente cometer uma injustiça, fazer escolha movido por paixões, interesses ou amizades.Xangô é o Orixá julgador, destruidor, inteligente, impulsivo, violento. Representa o poder transformador do fogo, é o padroeiro dos intelectuais e artistas. Seu número simbólico é o doze, assim como doze são os ministros, Obas, de Xangô.Apesar de discordarmos da visão privilegiada do fogo como elemento de Xangô, insistimos que a pedra é seu símbolo básico, mais redutor e mais abrangente ao mesmo tempo.


COMIDA
Amala de Peito, Amala de Rabada, Amala de Omolocum e de Acarajés.
Amala de Xangô

2kg de quiabo;
3 punhados de camarão seco;
cebola ralada ;
alobaça;
sal;
azeite doce
Corte os quiabos em rodelas ou em lascas, deixando alguns inteiros os ministros refogar os temperos, juntar os quiabos e cozinhar.Colocar numa gamela, enfeitar com quiabos inteiros e servir ao Orixá Xangô. No tempero desse Amala pode colocar um pouco de gengibre ralada.

BEBIDAS
Alúar, Cerveja Preta

SINCRETISMOS NA UMBANDA

Xangô Caô - São João Batista
Xangô Agodo - São Jerônimo
Xangô Agojô- São Pedro

DIA DA SEMANA
Quarta-Feira

SÍMBOLOS Machado de lâmina dupla (oxé), meteorito, chave

ELEMENTO
Fogo

METAL
Ferro

DOMÍNIO
O fogo celeste; raio, trovão, meteorito

O QUE FAZ
Corrige injustiças, protege contra catástrofes

QUEM É O
Advogado dos pobres

CARACTERÍSTICAS
Autoritário, severo, justiceiro, líder maduro, egocêntrico, mandão

QUIZÍLIA
Doença e morte

FILHOS FAMOSOS
Marco Antônio, Napoleão, Dom Pedro I, Rei David


Pontos cantados:

Estava olhando as pedreiras, quando uma pedra rolouE ela veio rolando bateu em meus pés e se fez uma flor (bis)Toda verdade dá justiça e proteção (bis)Filhos de pai Xangô, ninguém joga no chão (bis)Oh! quanto lírio que eu plantei no meu jardim (bis)Cada pedra atirada era um lírio pra mim.
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Pedra rolou na pedreira em cima de quem errou,
justiça quem faz é ele, porque ele é Xangô.
Com seu leão do lado,
com seu machado na mão,
ele corta mironga, pra seus filhos dar proteção.
Justiça maior é de Meu Pai Xangô,
Justiça verdadeira,O seu brado é tão alto que ecoa na pedreira.

À BENÇÃO MEU PAI, CAÔ CABECILE!



terça-feira, 13 de abril de 2010

Ogum, cavalheiro da força e da fé.


No Rio de Janeiro a festa de Ogun é a 23 de abril, dia de São Jorge, com quem está identificado.

As comemorações têm início às 5 da manha, com a alvorada a cargo das fanfarras da cavalaria da Polícia Militar. Mais tarde, a banda de música da corporação executa marchas e dobrados festivos e, solenes, desfilam seus cavalarianos.

Na umbanda a linha de Ogun é desdobrada nas legiões de Ogum Beira-Mar, Ogum Iara, Ogum Megê, Ogum de Ronda, Ogum de Lei e Ogum Rompe Mato; mas se desdobra em mais falanges Xoroquê por exemplo cultuado muito no Candomblé.

Uma das ervas mais usadas em oferendas, e trabalhos feitos para este orixá é a esáda de São Jorge, cujo o nome é devido à forma da folha carnosa, que lembra uma larga e longa lâmina de arma branca, com dois gumes, o ápice acuminado, costuma ser plantada em vasos, jardineiras ou canteiros, em residências ou à entrada de casas comerciais, como espada capaz de defender dos malefícios. Nos terreiros umbandistas, a espada-de-são-jorge é brandida principalmente pelo pai-de-santo, como veículo de passes ou para fustigar os maus espíritos, afastando-os.

É uma das plantas usadas em banhos lustrais ou de proteção.

Nos terreiros de umbanda Ogun é reverenciado como "santo forte" e "vencedor de demanda. Sua cor é vermelho e branco, seus pontos riscados mostram lanças, espadas, flâmulas, granadas e outras representações bélicas. Seus pontos cantados, também marciais, têm até reminiscências da guerra do Paraguai, pois "Ogun já jurou bandeira/na porta de Humaitá".

Seu Planeta regente é Marte, é sincfretizado por São Jorge, sua principal comida (axé) é a feijoada ou o inhame. Seu metal é o ferro, sua pedra (cristal) é Lápis-lazúli, topazio azul. Sua Bebida é a cerveja clara, e seu reino é a Estrada...pois Ogum em abrindo os caminhos, as estradas. Suas Ervas são a Espada de Ogum, Aroeira, Arruda Macho, Guiné, suas flores são cravos vermelhos e brancos, palma vermelha e em alguns lugares são aceitos as rosas vermelhas e a crista de galo. Sua QUINZÍLIA lugares fechados, Quiabo.

Seus SÍMBOLOS são Enxada, Facão, Ferramentas, Martelo, Pá, Picareta, Serrote.


As FILHAS de Ogum: A protegida de Ogum é uma mulher que reúne as características femininas e masculinas. Bonita e sensual por fora, ela pensa com cabeça de homem. Justamente por ser assim, expõe-se mais que as outras mulheres e destaca-se em qualquer lugar. Também é esse seu lado masculino muito forte que a faz prezar a sua liberdade e a sua independência acima de tudo, com reflexos na vida afetiva. É a mulher de Ogum quem conquista o homem e é ela também quem o dispensa quando não o quer mais. Essa caracterísitca faz dela uma mulher difícil para parceiros machistas. Mas conquistar uma filha de Ogum não é uma tarefa impossível. O complicado é mantê-la sob domínio. Ela precisa é de um companheiro por quem tenha grande admiração ou do qual dependa de alguma forma. E esse homem, por sua vez, terá de aprender a conviver com muitas cenas de ciúmes a dois, ou em público. AFINIDADES: A mulher de Ogum vai se dar bem com filhos de Exu, Oiá, Oxumaré, Nanã e Iemanjá.


Os filhos de Ogum: Como seu orixá protetor, o filho de Ogum é um guerreiro também nos assuntos do coração. Passional, sempre empenhado em manter o jogo da conquista, é um amante completo. Ativíssimo sexualmente, superprotetor com a pessoa amada, interessado em satisfazer-lhe as vontades, o companheiro de Ogum garante à sua parceira uma vida veliz em todos os sentidos.Por isso mesmo é um homem muito cobiçado pelas mulheres. E como sente necessidade de viver em permanente estado de paixão, torna-se presa fácil de aventuras amorosas. Isso gera grandes conflitos internos nele e magoa a pessoa amada. AFINIDADES: O homem de Ogum combina com as mulheres de Iansã, Iemanjá, Nanã e Oxum.


Ponto Cantado de Ogum


Eu não seria nada, se não fosse Ogum para abrir a minha estrada eu não seria (2x)

Valente guerreiro, aqui chegou, vencedor de demanda, meu protetor, em sua trajetória meu pai luta contra o mal, foi nos campos de batalha que se tornou general eu não seria.

Salve Ogum de Ronda, Salve seu Ogum Megê, Saravá Beira Mar, Ogum Iara, Ogum de Lei, salve toda a falange do glorioso guerreiro que corta toda a demanda aqui dentro do terreiro.


Oração à Ogum


Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge para que meus inimigos, tendo pés não me alcancem, tendo mãos não me peguem, tendo olhos não me enxerguem, e nem em pensamentos eles possam me fazer mal. Armas de fogo o meu corpo não alcançarão, facas e lanças se quebrarão sem ao meu corpo chegarem, cordas e correntes se arrebentarão sem ao meu corpo amarrarem. Jesus Cristo, me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça, a Virgem Maria de Nazaré, me cubra com o seu sagrado e divino manto, me protegendo em todas as minhas dores e aflições, e Deus, com sua divina misericórdia e grande poder, seja o meu defensor contra as maldades e perseguições dos meu inimigos. E o Glorioso São Jorge, em nome de Deus, em nome de Maria de Nazaré, em nome da Falange do Divino Espírito Santo, estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas, defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza, do poder dos meus inimigos carnais e espirituais, e todas as suas más influências, e que debaixo das patas de seu fiel ginete meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós, sem se atreverem a ter um olhar se quer que me possa prejudicar. Assim seja com os poderes de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo. Amém!


Salve toda a Falange de Ogum, OGUM Ê MEU PAI! PATAKORI OGUM!
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: Salve o povo de Aruanda, Salve nossos guias protetores e Orixás, Axé à todos!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Caboclos na Umbanda

Festa linda de Oxóssi, tem fotos postadas no orkut, e vídeos também!!
Primeira gira de Fevereiro será de Caboclos e consulta com Pretos Velhos, como eu já falei de quase todas as falanges, hoje eu vou falar um pouco dos nossos queridos caboclos, que normalmente são os primeiros orixás que incorporamos!


Caboclos na Umbanda

A palavra caboclo, vem do tupi kareuóka, que significa da cor de cobre; acobreado. Espírito que se apresenta de forma forte, com voz vibrante e traz as forças da natureza e a sabedoria para o uso das ervas.
A marca mais característica da Umbanda, uma religião surgida no Brasil no final do século XIX e início do século XX, é a manifestação de entidades espirituais, por meio da mediunidade de incorporação. Os primeiros espíritos a “baixar” nos terreiros de Umbanda foram aqueles conhecidos como Caboclos e Pretos-velhos, a seguir surgiram outras formas de apresentação como as Crianças, conhecidas, variadamente, como Erês, Cosme e Damião, Dois-dois, Candengos, Ibejis ou Yori. Essas três formas, Crianças, Caboclos e Pretos-velhos, podem ser consideradas as principais porque resumem vários símbolos: representam, por exemplo, as raças formadoras do povo brasileiro – indígenas, negros e brancos europeus – e também representam as três fases da vida – a criança, o adulto e o velho – mostrando a dialética da existência. Além disso, trazem valores arquetipais de Pureza e Alegria na Criança; Simplicidade e Fortaleza no Caboclo e a Sabedoria e Humildade dos Pretos-velhos, mostrando o caminho para a evolução espiritual dos sentimentos, do corpo físico e da mente. Com a expansão da Umbanda, muitas entidades apareceram, como os Baianos, Boiadeiros, Marinheiros e outras, sem falar de Exu, outro grande ícone umbandista.
Essa diversidade confirma a abrangência desse movimento espiritual que chama a todos e recebe seres encarnados e desencarnados, com vibrações de fraternidade e amizade sob a luz de Oxalá.
Nesse artigo trataremos, mais especificamente, das entidades conhecidas como Caboclos, in­variavelmente presentes nos terreiros de Umbanda, praticando a caridade e cumprindo sua missão espiritual.
Existem variações no entendimento que os umbandistas têm sobre o que sejam os caboclos. As variações são próprias do movimento umbandista, notavelmente plural, mas há consenso na Umbanda, no fato de que os Caboclos são espíritos de humanos que já viveram encarnados no plano físico e são, portanto, nossos ancestrais. É interessante notar que em alguns cultos afro-brasileiros, os caboclos são considerados “encantados” e se relacionam com os espíri­tos da natureza, recebendo nomes de animais, plantas ou outros elementos naturais. Essa percepção se aproxima das lendas indígenas que narram um tempo em que os animais falavam e viviam em comunhão com os homens, podendo um se transformar no outro, (veja mais nas obras de Betty Mindlin).
A palavra caboclo vem do tupi kariuóka, que significa da cor de cobre; acobreado. A partir daí vem a relação com os índios brasileiros, de tez avermelhada. Assim, a palavra caboclo passou a designar aquilo que é próprio de bugre, do indígena brasileiro de cor acobreada. Posteriormente surgiu a noção de caboclo como mestiço de branco com índio, o sertanejo. Dada essa relação dos caboclos com os indígenas – nos terreiros de Umbanda é dessa forma que se manifestam -, e aproximando esse fato ao Orixá Oxossi, que em África é cultuado como Odé, o caçador, o Senhor das Florestas, conhecedor dos segredos das matas e dos animais que lá vivem, diz-se que os Caboclos que baixam na Umbanda são espíritos ligados a Oxossi. Muitos entendem que somente esses são caboclos e que as entidades da vibração de Ogum, Xangô, Yemanjá e Oxalá não seriam, propriamente, caboclos. No entanto, há caboclos da praia, do mar e das ondas, das pedreiras, das cachoeiras, dos rios etc., cujos elementos se associam mais aos outros Orixás que a Oxossi.
Outra maneira de se interpretar as entidades de Caboclo, é como espíritos que se apresentam na forma de adultos, com uma postura forte, de voz vibrante, que trazem as forças da natureza, manipulando essas energias para trabalhar nas questões de saúde, vitalidade e no corte de correntes espirituais negativas. Seu linguajar pode se assemelhar ao dos indígenas, paramen­tados ou não com cocares, arcos e flechas, machadinha e espadas. Aqui estamos entendendo os Caboclos de maneira mais ampla, como símbolo de fortaleza, do vigor da fase adulta, existindo caboclos de Oxossi, Xangô, Ogum e mesmo aquelas entidades ligadas aos orixás femininos, como Yemanjá, Oxum, Yansã. É claro que essas últimas entidades não vêm como índias, mas com uma forma tipicamente relacionada aos seus atributos. Todavia, são entidades que se apresentam como adultos.
Feitas essas ressalvas, podemos dizer que todas as entidades de Umbanda, especialmente as Crianças, Caboclos e Pretos-Velhos, são espíritos ancestrais que estão ligados, cada um, a um Orixá. Assim, as crianças trazem a vibração dos Orixás Ibeji, conhecidos na Umbanda Esotérica como Yori; os Pretos-velhos vêm sob as vibrações dos Orixás Obaluaiê, Nana Burukum ou Yorimá e os Caboclos podem ser de Oxossi, Xangô, Ogum etc. Também é preciso falar que existem os chamados cruzamentos vibratórios em que uma entidade de Ogum, por exemplo, pode trazer também as forças de outro orixá, como Ogum Yara que além das forças de Ogum, movimenta também as forças dos Orixás das águas, como Yemanjá, Oxum etc.
Vejamos alguns exemplos de Caboclos de Oxossi: Caboclo Sete Flechas, Caboclo Folha Seca, Caboclo Pena Vermelha, Cacique das Matas, Caboclo Cobra-coral, Cabocla Jurema, Cabocla Jacyra, Caboclo Ventania, Caboclo Caçador e outros. Na linha de Ogum temos: Ogum de Lê, Ogum Beira-mar, Ogum Matinata, Ogum Sete Ondas, Caboclo Biritan, Ogum Megê, Ogum Sete Espadas e mais uma plêiade de espíritos que vêm sob essa vibração. Entre os caboclos de Xangô temos muitos caboclos famo­sos, como Caboclo das Sete Pedreiras, Caboclo Vira-mundo (que vem como Xangô ou Oxossi), Xangô Kaô, Caboclo Pedra Branca, Caboclo da Pedra Preta etc. Para citar alguns da linha de Oxalá, que dificilmente baixam, temos Caboclo Ubiratan, Caboclo Girassol, Caboclo Ipojucan, Caboclo Guaracy e Caboclo Tupi. Esses caboclos, normalmente, vêm fazendo cruzamento vibratório com outros orixás, especialmente com Oxossi.
Todas as entidades de Umbanda são importantes. Ainda que alguns se orgulhem de serem médiuns de caboclos renomados e tidos como chefes de falange, o que vemos é que quando estão no terreiro, os Caboclos tratam uns aos outros como iguais, mostrando que o que importa é o trabalho espiritual e, como em uma aldeia, tudo é feito em conjunto e com as ordens dos planos superiores. Assim diz um ponto cantado de caboclos: na sua aldeia ele é caboclo, é Rompe-mato e seu mano Arranca-toco, na sua aldeia lá na jurema, não se faz nada sem ordem suprema.
É também do linguajar de caboclo, que não cai uma folha da jurema (da mata), sem ordem de Oxalá, ou seja, que tudo na vida tem motivo e que nossas ações são registradas na lei de causa-e-efeito, ou lei do karma. Mas isso não significa ficar passivo, esperando o pior acontecer. Os Caboclos também ensinam a termos coragem e a sermos guerreiros na vida, lutando pelo que é justo e bom para todos. No que é possível, os caboclos nos ajudam a entrar na macaia (a mata que simboliza a vida), a cortar os cipós do caminho (vencer as dificuldades) e, se preciso, caçar os bichos do mato (vencer as interferências espirituais negativas). Essa postura é evidenciada em vários pontos, como esse:
Para quem vivência o terreiro, que há anos luta as batalhas espirituais e já viu os caboclos vencendo as demandas dos filhos-de-fé, afastando entidades negativas, tratando doenças que a medicina muitas vezes não resolve e dando lições de simplicidade, humildade, coragem e persistência, ouvir ou mesmo lembrar esses pontos cantados, traz uma sensação de alegria que enche o coração, renova o ânimo e nos dá a certeza de que estamos no caminho certo. Melhor do que qualquer leitura sobre caboclo é vê-lo incorporado atendendo quem precisa.

Fonte: Revista Orixás, Candomblé e Umbanda – Ano I – Nº 02


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Próxima Gira: Dia 07/02-Caboclos e consultas com Pretos Velhos, às 16:00

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Salve o povo e salve a nossa tão querida e amada UMBANDA.

Axé à todos!!! :.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Conheça mais sobre esse maravilhoso orixá...Oxóssi


Depois desse final conturbado de 2009, cheio de festas, férias..voltamos contudo em 2010! Nossos trabalhos estão bastante evoluídos, a vibração está mais forte a cada gira que passa, nossa assistência está aumentando, e médiuns também; e é exatamente por tudo isso, que ficamos gratos por todo nosso esforço e dedicação para com essas pessoas, isso mostra que o nosso empenho está valendo a pena, e que a Caridade está sendo feita!
E nesse novo post de 2010, pra estreiar com chave de ouro, eu irei falar um pouquinho sobre esse maravilhoso orixá que é Oxóssi, o pai da Tupã Óca do Cacique Aymoré, nada mais justo falar dele primeiro hehe.
Domingo, dia 31 de Janeiro, às 16:00, acontecerá nossa festa de Oxóssi para celebrar o dia desse grande Orixá, Compareçam!!

Mas a curiosidade das pessoas é grande, eu sei que sabem mais ou menos por relacionar Oxóssi ás matas, mas...sei que é sempre bom irmos mais a fundo, por uma questão de querer saber, aprender, conhecer...e Oxóssi é bem isso mesmo...o conhecimento, a sabedoria, a inteligência.
Pesquisei alguns textos, no qual citarei as fontes no final desse post, mas é para a gente aprender mais um pouquinho sobre ele.

Quem é Oxóssi?

Oxóssi é o Orixá da fartura e da alimentação, aquele que aprende a dominar os perigos da mata e vai em busca da caça para alimentar a tribo. Mais do que isso, Oxóssi representa o domínio da cultura (entendendo a flecha como utensílio cultural, visto que adquire significados sociais, mágicos, religiosos) sobre a natureza.
Astúcia, inteligência e cautela são os atributos de Oxóssi, pois, como revela a sua história, este caçador possui uma única flecha, por tanto, não pode errar a presa, e jamais erra. Outras histórias relacionadas a Oxóssi apontam-no como irmão de Ogum. Juntos, eles dominaram a floresta e levaram o homem à evolução. Além de irmão, Oxóssi é grande amigo de Ogum – dizem até que seria seu filho, e onde está Ogum deve estar Oxóssi, as suas forças completam-se e, unidos, são ainda mais imbatíveis. Oxóssi mantém uma estreita ligação com Ossain, com quem aprendeu o segredo das folhas e os mistérios da floresta. A história mostra Oxóssi como filho de Iemanjá, mas a sua verdadeira mãe, segundo o mais antigos, é Apaoká a jaqueira, que vem a ser uma das Iyá-Mi, por isso a intimidade de Oxóssi com essa árvore. A rebeldia de Oxóssi é algo latente na sua história. Foi desobedecendo às interdições que Oxóssi se tornou Orixá.Tal como Xangô, Oxóssi é um Orixá avesso à morte, porque ele é a expressão da vida. A Oxóssi não importa o quanto se viva, desde que se viva intensamente. O frio de Ikú (a morte) não passa perto de Oxóssi, pois ele não acredita na morte.

Características dos filhos de Oxóssi

Os filhos de Oxóssi são pessoas de aparência calma, que podem manter a mesma expressão estando alegres ou aborrecidas, do tipo que não exterioriza as suas emoções, mas não são pessoas insensíveis, só preferem guardar os sentimentos para si. São pessoas que podem parecer arrogantes e prepotentes, e às vezes são. Na realidade, os filhos de Oxóssi são desconfiados, cautelosos, inteligentes e atentos, seleccionam muito bem as amizades, pois possuem grande dificuldade em confiar nas pessoas. Apesar de não confiarem, são pessoas altamente confiáveis, das quais não se teme deslealdade; são incapazes de trair até um inimigo. Magoam-se com pequenas coisas e quando terminam uma amizade é para sempre.São do tipo que ouve conselhos com atenção, respeita a opinião de todos, mas fazem sempre o que querem.

Altos e magros, os filhos de Oxóssi possuem facilidade de movimentos, mesmo entre obstáculos. O seu andar possui leveza e elegância. A sua presença é sempre notada, mesmo que não façam nada para isso acontecer.Os filhos de Oxóssi gostam de solidão, isolam-se, ficam à espreita, observam atentamente tudo que se passa à sua volta. Curiosos, percebem as coisas com rapidez, são introvertidos e discretos, vaidosos, distraídos e prestáveis, comportamento típico de um caçador, provedor do seu povo.


Oxóssi


Dia da semana:
Quinta-feira
Cores: Azul-Turquesa
Saudação: Òké Arô! Arô Iê!
Elementos: Terra (Floresta e Campos Cultiváveis)
Domínio: Caça, Agrucultura, Alimentação e Fartura
Instrumento: Ofá (arco), Damatá (flecha), Erukeré


Fonte da pesquisa: http://umbanda.multiply.com/journal/item/15


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Salve o povo e salve a nossa tão querida e amada UMBANDA.

Axé à todos!!! :.


fOxossi é o dono de uma das "

Oxossi é o dono de uma das "sete linhas" de santos umbandistas, desdobrada nas legiões de Urubatã, Araribóia, Caboclo 7 Encruzilhadas, Peles Vermelhas (Águia Branca), Tamoios (Grajaúna), Cabocla Jurema e Guaranis (Araúna).

Santo de grande popularidade, personificado na figura do Caboclo, isto é, do índio, Oxossi por vezes se apresenta ostentando um cocar e portando um arco e uma flecha. Sua cor é o verde. Sacrificam-se a Oxossi frangos ou galos carijós. Suas comidas de milho, amendoim, coco ralado e mel. Bebe vinho tinto.

As "obrigações" de Oxossi são feitas na mata, de preferência sob mangueira ou outra árvore frondosa. Acendem-se velas verdes e deixa-se, além das comidas do santo, vinho tinto com fitas verdes no gargalo da garrafa. Gosta de milho verde em espiga ou seco a granel, átgua de coco, eucalipto, girassol, latão, sândalo, calcite. É representado pelos seus falangeiros, caboclos bugres e de penas. Sua saudação é: Okê bamboclima!

No Rio de Janeiro, Oxossi é São Sebastião, o padroeiro da cidade, com festa celebrada dia 20 de janeiro. Nesse dia, além de baterem nos terreiros, são levadas oferendas e realizadas cerimônias nas matas. Nas pequenas florestas cariocas, como na Gávea e no Alto da Boa Vista, existem clareiras entre as árvores, feitas especialmente para as "macumbas". Para o dia 20 de janeiro são cuidadosamente varridas e, em alguns casos, enfeitadas com folhagens, bambus e bandeirinhas coloridas de papel de seda. Logo virão os filhos e as filhas-de-santo, com seus trajes brancos rituais. Ressoarão os atabaques e serão entoados os pontos, isto é, os cânticos de evocação e louvor. A cerimônia será realizada com o mesmo ritual de sempre. Do terreiro urbano desloca-se a festa de Oxossi para o seu reino, no recesso da mata.

sete linhas" de santos umbandistas, desdobrada nas legiões de Urubatã, Araribóia, Caboclo 7 Encruzilhadas, Peles Vermelhas (Águia Branca), Tamoios (Grajaúna), Cabocla Jurema e Guaranis (Araúna).

Santo de grande popularidade, personificado na figura do Caboclo, isto é, do índio, Oxossi por vezes se apresenta ostentando um cocar e portando um arco e uma flecha. Sua cor é o verde. Sacrificam-se a Oxossi frangos ou galos carijós. Suas comidas de milho, amendoim, coco ralado e mel. Bebe vinho tinto.

As "obrigações" de Oxossi são feitas na mata, de preferência sob mangueira ou outra árvore frondosa. Acendem-se velas verdes e deixa-se, além das comidas do santo, vinho tinto com fitas verdes no gargalo da garrafa. Gosta de milho verde em espiga ou seco a granel, átgua de coco, eucalipto, girassol, latão, sândalo, calcite. É representado pelos seus falangeiros, caboclos bugres e de penas. Sua saudação é: Okê bamboclima!

No Rio de Janeiro, Oxossi é São Sebastião, o padroeiro da cidade, com festa celebrada dia 20 de janeiro. Nesse dia, além de baterem nos terreiros, são levadas oferendas e realizadas cerimônias nas matas. Nas pequenas florestas cariocas, como na Gávea e no Alto da Boa Vista, existem clareiras entre as árvores, feitas especialmente para as "macumbas". Para o dia 20 de janeiro são cuidadosamente varridas e, em alguns casos, enfeitadas com folhagens, bambus e bandeirinhas coloridas de papel de seda. Logo virão os filhos e as filhas-de-santo, com seus trajes brancos rituais. Ressoarão os atabaques e serão entoados os pontos, isto é, os cânticos de evocação e louvor. A cerimônia será realizada com o mesmo ritual de sempre. Do terreiro urbano desloca-se a festa de Oxossi para o seu reino, no recesso da mata.

Oxossi é o dono de uma das "sete linhas" de santos umbandistas, desdobrada nas legiões de Urubatã, Araribóia, Caboclo 7 Encruzilhadas, Peles Vermelhas (Águia Branca), Tamoios (Grajaúna), Cabocla Jurema e Guaranis (Araúna).

Santo de grande popularidade, personificado na figura do Caboclo, isto é, do índio, Oxossi por vezes se apresenta ostentando um cocar e portando um arco e uma flecha. Sua cor é o verde. Sacrificam-se a Oxossi frangos ou galos carijós. Suas comidas de milho, amendoim, coco ralado e mel. Bebe vinho tinto.

As "obrigações" de Oxossi são feitas na mata, de preferência sob mangueira ou outra árvore frondosa. Acendem-se velas verdes e deixa-se, além das comidas do santo, vinho tinto com fitas verdes no gargalo da garrafa. Gosta de milho verde em espiga ou seco a granel, átgua de coco, eucalipto, girassol, latão, sândalo, calcite. É representado pelos seus falangeiros, caboclos bugres e de penas. Sua saudação é: Okê bamboclima!

No Rio de Janeiro, Oxossi é São Sebastião, o padroeiro da cidade, com festa celebrada dia 20 de janeiro. Nesse dia, além de baterem nos terreiros, são levadas oferendas e realizadas cerimônias nas matas. Nas pequenas florestas cariocas, como na Gávea e no Alto da Boa Vista, existem clareiras entre as árvores, feitas especialmente para as "macumbas". Para o dia 20 de janeiro são cuidadosamente varridas e, em alguns casos, enfeitadas com folhagens, bambus e bandeirinhas coloridas de papel de seda. Logo virão os filhos e as filhas-de-santo, com seus trajes brancos rituais. Ressoarão os atabaques e serão entoados os pontos, isto é, os cânticos de evocação e louvor. A cerimônia será realizada com o mesmo ritual de sempre. Do terreiro urbano desloca-se a festa de Oxossi para o seu reino, no recesso da mata.